Frotas e Fretes

Em 2012, a partir do alto interesse demonstrado por diversos profissionais e instituições em que o Brasil estimulasse uma maior eficiência no transporte de cargas e passageiros, foi idealizado o primeiro Seminário Internacional Frotas & Fretes Verdes. Com o sucesso da primeira edição, o seminário se tornou anual, tendo sido expandido nos anos seguintes, com a inclusão de novos modais e novas abordagens no ciclo logístico da produção.

Os eventos contaram com a participação de lideranças nacionais e internacionais do setor, afirmando-se como um importante ambiente de diálogo acerca das mais recentes inovações tecnológicas, das demandas por reformas estruturais e das novas políticas públicas e empresariais para a eficiência energética do setor de transportes nacional.

As discussões que acontecem durante o evento são sintetizadas em um Relatório Final que resume o cenário apresentado pelos palestrantes, conselheiros e debatedores. Esses documentos são encaminhados a esses parceiros para revisão. Posteriormente, ficam disponíveis na página do Instituto Besc (www.institutobesc.org). O material produzido em 2016 serviu como referência para a realização de um evento ainda mais assertivo neste ano. Visto que segue o mesmo preceito de construção de um futuro mais favorável, potencializando as oportunidades apontadas dentro do segmento.

O Troféu Frotas e Fretes Verdes contempla trabalhos inovadores nas seguintes categorias: Pesquisador Individual, Empresa com Sustentabilidade em Processos e Empresa com Sustentabilidade em Produtos. E tem como propósito reconhecer os esforços de instituições e indivíduos a caminho de uma logística de transporte mais eficiente e moderna. Após votação online, são divulgados os vencedores e a premiação acontece durante o evento.

A intenção do FFV 2017, em resumo, é proporcionar um espaço para esse diálogo entre os setores e servir como um fórum de discussões que colabore ativamente na busca pelas melhores práticas empresariais relacionadas a um transporte sustentável, tanto pelos frotistas, responsáveis diretos pela operação dos veículos, quanto para os embarcadores, que contratam essas empresas e são julgados pelo mercado através dos fornecedores escolhidos.

Apresentar e discutir técnicas e materiais que aumentem a eficiência no uso de recursos energéticos por transportadores de cargas e passageiros, visando a maior competitividade das empresas brasileiras e o desenvolvimento econômico sustentável do país. O Instituto Besc, realizador do projeto, acredita que, através do emprego de novos métodos, materiais e tecnologias, frotistas possam aliar a redução de custos à diminuição das emissões de gases ambientalmente nocivos.

A busca por uma logística sustentável para o setor também envolve a conscientização dos embarcadores, quanto à contratação de empresas mais eficientes, socialmente responsáveis e comprometidas com a preservação do meio ambiente. Para isso, o evento pretende reunir profissionais dos setores de logística, de transportes e automobilístico, juntamente com pesquisadores e representantes do poder público, para debater sobre as perspectivas do segmento frotista brasileiro, de maneira a vislumbrar soluções para os problemas atuais. Além das palestras, o evento tem como objetivo premiar empresas e pesquisadores brasileiros que desenvolveram trabalhos transformadores.

Em consonância com a Política Nacional de Mudanças Climáticas – PNMC, que incentiva a economia de baixo carbono, e com a Política Energética Nacional, o intuito do Seminário Frotas & Fretes Verdes 2017 é propor um transporte cada vez mais sustentável.

A atividade de transporte é um componente-chave do desenvolvimento econômico e da prosperidade humana e está aumentando ao redor do mundo com o crescimento das economias mundiais. Mesmo se acontecer um colapso econômico mundial, a atividade de transporte continuará crescendo a passos rápidos, exigindo combustível. Considerando o potencial de mitigação do setor de transporte, é importante entender os efeitos que ele tem nas alterações climáticas.

O transporte rodoviário é o modal que mais consome energia por tonelada. No Brasil, este é o principal meio utilizado no transporte de cargas e pessoas. A matriz brasileira de transportes tem mais de 60% do seu total no modal rodoviário, o que nos leva a comprometermo-nos diretamente com o alcance das metas nacionais de emissão de gases nocivos ao meio ambiente. Sendo que o setor é o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa no país, temos dados alarmantes sobre o impacto da poluição na saúde da população. Fatos que justificam a necessidade de intensificação de esforços que levem à formulação de uma logística de transporte nacional ambientalmente responsável.

O sistema tributário acaba incentivando o uso de caminhões antigos, sem manutenção e com maior consumo, já que eles não pagam IPVA, devido à idade. Estabelecendo, desta forma, uma matriz energética que não favorece combustíveis renováveis, resultando em uma priorização econômica em detrimento dos benefícios socioambientais. Tal visão se mostra extremamente simplista. Visto que, segundo o Carbon Disclosure Project, mais de 70% dos fornecedores das empresas indicam risco atual ou futuro relacionado a mudanças climáticas, que podem afetar os negócios ou a receita de forma significativa. Além disso, o mercado consumidor está cada vez mais exigente, e a sustentabilidade é sem dúvida um dos valores de compra mais importantes na decisão do cliente.

O desenvolvimento desorganizado do Brasil, em que não há políticas públicas cruzadas, também representa uma barreira ao crescimento econômico. A integração entre modais logísticos, prevista para os próximos anos, sobretudo entre ferrovias, cabotagem e portos, é uma medida importante para aumentar a vantagem competitiva do país. Ao utilizar uma malha integrada, o fluxo de mercadorias que passa pelas rodovias (modal mais utilizado no Brasil) seria mais bem distribuído, desafogando o trânsito rodoviário. A grande vantagem da integração seria a redução dos custos de capital.

O transporte ferroviário é uma opção muito interessante, pois o modal é considerado o mais adequado para longas distâncias devido à capacidade dos trens de levar maior quantidade de carga. Mas ainda enfrenta dificuldades de integração e de renovação, tanto da infraestrutura básica quanto das composições. Diversos são os fatores que comprometem a eficiência do modal ferroviário brasileiro. Entre eles, é possível identificar gargalos físicos, financeiros e institucionais.

Longos períodos sem investimento também comprometeram a competitividade do modal de cabotagem. Entretanto, existem perspectivas promissoras para o setor. O Brasil tem mais de 8,5 mil quilômetros de costa e a maioria da população vive a cerca de 500 km do litoral, demonstrando uma vocação natural para a cabotagem. Para acelerar os investimentos desse transporte, o papel do governo é fundamental. Pois cabe ao setor público desonerar a cadeia produtiva dos elevados impostos e oferecer incentivos nos terminais. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, não é possível pensar em eficiência de transportes, seja qual for o modal, sem a participação ativa do governo em parceria com o setor privado.

A busca de eficiência sustentável nos transportes deve envolver:

  1. Governo, que pode conduzir políticas que definem incentivos fiscais para estimular o transporte sustentável e a renovação das frotas, ajustar os modais às necessidades logísticas do país, especificar o tipo de combustível a ser utilizado, estabelecer níveis mínimos de desempenho dos veículos e máximos de emissões, e coordenar a manutenção de rodovias para atingir padrões internacionais de qualidade;
  2. Frotistas, para os quais a despesa com o combustível é o principal item de seu custo operacional variável, podendo aumentar a eficiência mediante práticas consolidadas – tais como o uso de pneus adequados, melhoria de aerodinâmica, otimização dos veículos com ferramentas de monitoramento e sistemas inteligentes de big data, treinamento dos motoristas, e utilização de motores inovadores que trabalham com fontes renováveis – medidas que podem dar respostas a curto e médio prazos com baixos investimentos e retorno econômico significativo;
  3. Embarcadores preocupados em minimizar os efeitos sobre o meio ambiente derivados dos transportes de seus produtos, além do custo a ser repassado aos seus clientes. Nos últimos eventos ficou claro que cada vez mais as empresas embarcadoras serão cobradas pelo mercado a tomar iniciativas de medição, controle e redução de emissões de poluentes e de consumo de combustíveis e outras fontes energéticas.

Os organizadores do evento estão ultimando os contatos para que renomados especialistas, detentores de experiências empresariais, administrativas, acadêmicas ou no setor público sejam convidados a participar das discussões, relacionadas com os seguintes objetivos gerais:

  • Apresentação de casos de sucesso na redução de consumo e de emissões em frotas de ônibus e caminhões no Brasil e em outros países;
  • Sistemas inteligentes que possibilitam a otimização da logística e das atividades de transporte nas grandes cidades, tendo em vista o grande tráfego de veículos, o congestionamento e o grande consumo de energia;
  • Novas tecnologias de materiais que dão mais leveza e resistência aos veículos, e ações e dispositivos que levem à redução de sua resistência aerodinâmica (arrasto);
  • Soluções como o compartilhamento de frotas e a utilização de veículos mais eficientes para a logística sustentável em áreas urbanas;
  • Aplicação das técnicas como a telemetria para o monitoramento remoto em veículos com objetivo de redução de consumo de combustível e emissões;
  • Treinamento de motoristas na forma de “eco-driving” para a condução com alto aproveitamento de recursos de modo a maximizar o desempenho;
  • Utilização de frotas que primam cada vez mais por veículos que utilizam combustíveis renováveis, reduzindo as emissões de GEE.

    E ações de governo, tais como:

  • Extensão da legislação do PROCONVE aos veículos pesados;
  • Regulamentação das Leis que instituíram a PNE - Política Nacional de Energia e a PNMC – Política Nacional de Mudanças Climáticas;
  • Programa CONPET;
  • O Programa Inovar Auto como incentivo à inovação tecnológica e adensamento da cadeia produtiva de veículos automotores;
  • Revisão dos impostos sobre os veículos novos, para estimular a renovação das frotas brasileiras;
  • Linhas de crédito para financiar as ações propostas;
  • Aplicação dos preceitos da Lei de Eficiência Energética (Lei 10.295/01) aos veículos.

Outros temas tais como avanços tecnológicos dos motores, eletrificação e equipamentos eficientes de condicionamento ambiental do interior dos veículos. Os organizadores pretendem apresentar e discutir com os participantes um “Relatório Final”, com uma súmula das conclusões do seminário e recomendações a serem encaminhadas às autoridades nacionais e principais agentes responsáveis pela implementação de um programa de transportes no País.

O Instituto Besc de Humanidades e Economia, que tem realizado significativos trabalhos na arregimentação de entidades, empresários, administradores, autoridades dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos três níveis da Federação, além de estudiosos e estudantes, para a discussão de relevantes temas econômicos, sociais e culturais, no Brasil e no exterior.

www.institutobesc.org

INCENTIVO À EDUCAÇÃO E À PESQUISA CIENTÍFICA

O Instituto Besc, com base nos resultados de seminários já realizados, quando a presença e participação de professores e estudantes interessados nos temários trabalhados foram gratificantes e incentivadoras, está estudando a inserção de um capítulo novo na organização de seminários: o recebimento de resumos de trabalhos acadêmicos, tais como monografias de graduação, dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre assuntos afins com os objetivos do evento, indicando onde esses trabalhos estão publicados na íntegra, a fim de que sejam considerados para efeito de oferta de estágios aos estudantes, ou trabalhos de consultoria ou pesquisa, aos professores e cientistas interessados.

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